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A PREVIDÊNCIA SOCIAL E A QUALIDADE DE VIDA

O envelhecimento dos seres vivos é um componente irreversível da natureza da vida que, com todos os seus fenômenos e mistérios, continua desafiando o homem a procurar soluções para que ocorra com uma boa qualidade.

Constitui um conceito equivocado relacionar a idade avançada com a ocorrência de doenças. O que ocorre com o envelhecimento é apenas uma diminuição do estado funcional das células e dos órgãos. As morbidades podem ser facilitadas por este estado, mas elas não são obrigatórias. Sua ocorrência decorre dos mesmos fatores de risco presentes em todas as idades.

Ocorrendo, entretanto, maior vulnerabilidade para a ocorrência de um estado patológico, deveria ser competência da saúde pública estabelecer políticas de prevenção para promover uma constante qualidade de vida.

Tem se observado nestas últimas décadas, a partir da metade do século XX, não só no Brasil, mas na maioria dos países, um aumento progressivo de expectativa de vida.

Está ocorrendo em todo o planeta um grande aumento em caráter potencial de pessoas idosas. Calcula-se que no Brasil um terço da população na metade deste século terá mais de 60 anos, invertendo completamente a pirâmide etária.

Este fenômeno deveria preocupar os governantes para estabelecer metas e políticas públicas de saúde que proporcionassem a um contingente cada vez maior de sua população uma vida saudável e um afastamento de todos os fatores de risco que pudessem causar morbidade, como vida sedentário, sobrepeso, abuso do álcool e drogas, tabaco, poluição ambiental, entre inúmeras outras.

O sedentarismo, que é considerado por todas as entidades médicas e Organização Mundial de Saúde como o principal fator de risco para o declínio do estado funcional, deveria ser atacado através de esclarecimentos e práticas que fornecessem a atividade física.

Incentivar a pessoa idosa a sair de sua residência, fazer caminhadas, ir a parques e jardins, ingressar em clubes, vivenciar mais uma vida social, constituiria o maior entrave para a entrada de doenças.

Fiscalizar alimentos industrializados, incentivar uma alimentação saudável e um controle do índice de massa corpórea deveria ser tarefa permanente de todos os serviços públicos de saúde.

O que observamos nas esferas governamentais é que há mais preocupação com previdência social, com a idade de aposentadoria, com o parcelamento de férias dos trabalhadores do que com sua qualidade de vida, particularmente na terceira idade.

Caberia à sociedade organizada e consciente posicionar-se contra todos os males que podem provocar a desassistência, propagandas enganosas, e estilos de vida equivocados, e pressionar as autoridades para que coloquem em prática políticas públicas embasadas no conhecimento científico e na prática do bem comum.

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Roberto Losada Pratti

Presidente do IPOMATES

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